Marcela-do-Campo



Quando data cristã apresenta-se fortemente como pagã - ou exclusivamente comercial - fico em alerta e procuro significados e ritos para a data, que eu desconheça. Para reencontrar meu eixo.

Algumas Páscoas atrás eu viajava pelo Rio Grande do Sul há longos dias; longe de família e do dia de voltar para casa. Cidades pequenas, hábitos regionais e eu vivendo integralmente cada novidade que encontrava.

Habitualmente prefiro peixe à carne vermelha, agora... encontrar peixe no interior do Rio Grande do Sul, nem na Páscoa. Nem em lata. Restringi minha alimentação nestes dias aos queijos. E vinhos, que sou normal.

Parte da viagem fiz pelo Uruguai. Para não dizer que o país vizinho e o Sul do Brasil tem hábitos muito parecidos, inclusive alimentares, digo que devido aos pastos em planície, a criação de gado Angus em ambas regiões, inverno longo que diminui o plantio de alguns tipos de verdura, o consumo da carne diariamente – inclusive na Semana Santa são normais. Ou melhor dizendo: abundante. Churrasco, churrasco, churrasco.

Notei a ausência de ovos de Páscoa nos pequenos mercados, nos grandes restaurantes de estrada. E gostei!

A tradição do pescado nesta época encontrei como única opção no café da manhã: pão-de-ló com uma fina camada de molho de tomate com atum, rodelas de cebola e queijo. Inusitado, divino e salvou minha intenção. Um prato especial para a data.

Como havia pouco a fazer no feriado, busquei saber o que os habitantes locais faziam: rezam e procuram quem venda Marcela-do-Campo que deve ser colhida na noite de Sexta-Feira Santa para ter melhor efeito como remédio: três flores fervidas com um copo de leite e depois coado, acaba com a gripe forte. De molho na água tem efeito calmante e é bom para o estomago, da mesma forma que um punhado dela sob a fronha do travesseiro relaxa o sono.

Garanti minha parte na tradição: encontrei senhoras simples, que elas mesmas colhem todos os anos seus punhados de Macela (como também é conhecida), rezam na erva por quem pede e eu, mantenho meu “amarrado” pendurado junto à parede do fogão.


6 comentários:

Caderninho de Viagem disse...

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"Ô Menina! quando eu era pequetita, meus travesseiros eram de Marcela.. gostosos, perfumados.....uma delicia..... Agora? Nem pena de ganso a gente consegue...."

Therezinha Furtado Gomes

Caderninho de Viagem disse...

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"Sugestão: mandar seus textos, sem ilustração/imagem, para a Tribuna do leitor do Jornal da Cidade. É preciso acrescentar RG, telef. endereço.O que você acha ?"

Cesar Savi

Caderninho de Viagem disse...

Recebi e compartilho com vocês:

"I think this is called chamomile. Do I have this correct? I agree its good for upset stomachs but for sleeping I prefer lavender on my pillow, or in my pillow and heated up in the microwave.

Not being able to get fish on holy week. Although I'm not going to cook the cod fish recipe you sent we will be making smoked Halibut (another white fish) and ham (renda) for our Easter dinner. Yesterday we had a Jewesh seder for passover. We had lamb churrasco, beef brisket, chicken balls, matzoh, apple charrosis, and pear tzimmis, and no flour chocolate walnut tort for dessert with strawberries. My Jewish tradition has some of the best religious foods.

Remember the Jewish tradition came first. Jesus was in town for Passover when he was arrested and crucified. The famous last supper was a Passover Seder. Maybe you knew this already-- but I always like to remember it again.

I hope you and yours have a wonder Easter..."

Nancy Mayer

Anônimo disse...

AH querida, me lembrou as "marcelas" que estão em casa e que todas as manhãs temos o privilégio de olhá-las ali oportunizando um relembrar dos campos!
Essas que temos,ganhamos de vc desta viagem(acredito eu).Porém,desconhecia sua utilização para "gripe forte" nesta hora lembrei-me do Vô Frederico que está feliz por vc nos ensinar mais uma receita com plantas medicinais.Bjs no coração.Éia

Caderninho de Viagem disse...

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"KÁ, DEPOIS VOCE FALA QUE EU NÃO OS LEIO,BEIJOS E O CABELO,ESTÁ EM ORDEM?"

Toni Moran

jhb4491 disse...

Planta da família das Asteraceae, também conhecida como alecrim-de-parede, camomila-nacional, carrapichinho-de-agulha, chá-de-lagoa, losna-do-mato, macela, macela-amarela, macelinha, marcela, marcela-da-terra, marcela-do-campo, macela-do-sertão, marcela-galega, paina.

http://www.plantasquecuram.com.br/ervas/marcela-do-campo.html

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