Para uma cidade medieval, ter dez milhões de habitantes pode ser estranho: calçamento de pedra; parte das antigas portas da cidade - muralhas altas - em contraste com a arquitetura atual; rua só de antiquários; galerias de arte especialísssimas e muitos, muitos, muitos carros modernos. Gente bem vestida para o frio.
Meu primeiro "petit déjeuner" na cafeteria da esquina foi bem tradicional: croissant, geléia, café e creme; o  mal humor com estrangeiros, e o que nos parece inadimissível, a garçonete sem luvas que recheava as baguetes para a venda, mastigava seu sanduíche sobre elas. Os farelos caiam onde só Deus sabe, que não no meio das tais baguetes.
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Por que um mapa está sempre de ponta cabeça quando preciso de uma informação e estou olhando para ele?
Com minha auto-confiança em alta, olhei para a praça em que estava e olhei para o mapa. Decidida e confiante, sorri imaginando saber onde estava, quando li: Editions Jacques Brel!!
- Ei, isto é perto de casa e exatamente o lado oposto da cidade!! blasfemei em voz alta.
Recomecei a caminhada depois de um café e um "gaufre de Bruxelles aux chocolat", aqueles deliciosos e calóricos favos feitos na hora e cobertos com calda de chocolate.
Decidi perder-me pelas ruas onde estava, sem destino.
Um desfile de chocolaterias, minuciosamente decoradas para a Páscoa: uma muito diferente da outra; uma coleção de lojas de balas e outras guloseimas. Cervejas, queijos, bordados e rendas tradicionais.
Resolvi testar o que me apaixona na Europa: entrei em várias delas e comprei algo de um ou dois Euros. Em todas as lojas - que mais parecem boutiques - fui atendida com muita atenção, satisfação, com disposição para explicar sobre o produto que eu comprava, como se eu tivesse feito uma grande compra. Entregue em lindas e cuidadosas embalagens,  dão a certeza de quanto tudo pode ser feito com prazer.